Saturday, February 25, 2006
fantasmas do meu passado
eu vi-te partir,
sair sorrindo,levando contigo o troféu da vitória,
sem olhar para trás,sem ver-me cair,
praguejando a tua glória...
vi todo o meu mundo fugir,
todos os meus sonhos despedaçaram-se no chão,
ainda que eu tentasse resistir,
apenas me restou um vazio nas mão...
com bastante custo,ergui-me e jurei vingança,
calei o eco da minha dôr,reencontrei-me numa criança...
tu bebes-te o amargo das minhas lágrimas,
tu lutas-te mais do que eu lutei.
de nada te valeram as tuas armas,
tu comes-te o sofrimento que eu vomitei...
vagueas-te no corredor da insanidade,
desse hospício que eu intitulei de saudade,
deambulas-te nas ruas da solidão,
perdeste-te nos caminhos da recordação...
eu fiquei apenas assistindo,
com o sabor de quem ganhou a guerra após muitas batalhas perdidas,
tu viste-me no topo sorrindo
e sentis-te na pele o porquê das minhas lágrimas ressequidas...
Wednesday, February 22, 2006
sorrisos que choram
são sorrisos que choram,de um «anjo» que esteve «lá» para mim, sempre que eu precisei...
eu tento encontrar palavras de ânimo, tento fazê-lo sorrir,mas sinto que começo a tornar-me repetitiva...oh!... como eu gostaria de roubar o sol para iluminar seu caminho...de deixar uma estrelinha todas as noites á sua porta para que o seu dia se torne um pouco,mas só um pouco menos cinzento...
só queria mesmo que ele soubesse que reconheço a sua amizade,e tento retribuir,mas a minha sabedoria é tão ínfima...
amigo, quero que saibas que fazes parte do meu mundo e por vezes és o pintor do quadro que é a minha vida,sabes pôr um pouco de côr na negritude da minha alma...
lembras-te quando um dia me disses-te que quando tudo nos fazia perder o sentido de orientação, ajudava , procurar um ponto alto e gritar a plenos pulmões?....
grita. não engulas a raiva e o desprezo que sentes neste momento por seres inúteis.... vai e grita ,depois verás que a tua voz se tornará mais nitida,os teus ouvidos ficarão mais abertos para seguir a VOZ, e a tua mente mais clara e aliviada...
quero apenas deixar bem claro que és o melhor amigo do mundo, e que me fazes muita falta....
deixo-te um raio de sol, e uma estrela...
beijinhos e obrigado!
vós que passam....
vós que passam pela minha rua de amargura, que envergam vestes brancas e imaculadas mas apenas aos olhos da sociedade,
vós que fazem do meu mundo o recôndito da loucura,que fazem das minhas horas cinzas queimadas plo fogo da minha verdade,
calem-se!ó reles mortais! deixem-me dar asas á minha suposta insanidade!
quando o mesmo vento que eu sinto arrastar estas palavras,
que nem anjos demoniacos voando,
vós que sorriem ficarão sem armas, e vossas vestes serão molhadas pelo vosso pranto....
chega de falsidade. não me perguntem se estou bem, se não querem ouvir a resposta.
eu calei a verdade, mas agora quero gritá-la do alto,da minha encosta...
nesta encosta de solidão,onde poucos conseguem chegar,
tenho de suportar-vos a fingirem se preocupar,
tenho de encarar a vossa falsa modestia...
nao quero continuar a ter de viver em tom de festa...
saiam do meu mundo, onde nunca deveriam ter entrado,
o vosso cheiro tornou-se nauseabundo
e tem vos a todos cercados...
vão morrer longe daqui, seus demonios vestidos de branco,
encontrem o vosso elixir,
reunam-se noutro canto...
mas deixem-me a mim de fora,
a mim e aos meus,
quero vos a todos daqui para fora,
vão morrer longe,vós que sois os filhos de deus!!!
Monday, February 20, 2006
causa impacto,escorrendo em minha face fervorosa,
alma que me agarra inimiga,
sombra que me persegue assombrosa...
sensação que me envolve sem medo
tropeço e deito-me no abismo,
vida sem objectivo e sem enredo,
sangue escorre. sado masoquismo.
incitações com esperanças futeis,
na tentativa da elevada auto-estima,
palavras essas são inúteis
não me ajudaram na minha rima..
grito agudo e estridente
caninos que me perfuraram sem piedade,
âmago, torturado por ferro quente,
não me explicam,conheço a verdade,
querendo-me apenas por um momento,
véu transparente esotérico,
vénus seduz cronos e pára o tempo,
para durar o sentimento colérico,
vómitos cruéis e putrefacção,
cadáver ao ar livre com insectos
olhos dilatados e o coração,
fala em estranhos dialectos...
líquido que goteja morbidez
desejo irrepreensível,droga corre
abandono por completo a timidez
porque quem não mata,morre!...
palavras...
sobre o silêncio, sobrevoavam palavras,
repetidas como um credo,
uma reza sem alma,
sem voz,
sem quereres,
sem julgamento,
e por fim sem armas,com que afastar o medo...
palavras comtempladas,
muralhas do meu mundo
alteram-me,baralham-me
e o corpo tornou-se surdo...
sabia não ter esperança
mas perder-se num momento de vida
era o provar de um sonho que não se teve.
palavras sobrevoam, como abutres sobre cadáveres,
pressentindo a morte,
desse sonho que as horas entoavam
mas como um momento estagnante..
Thursday, February 09, 2006
espero....
abandono e solidão são palavras de mágoa,
são lágrimas mundanas derramadas sobre o erro anunciado por corações sensiveis e almas presas a um sonho...
antes de adormecer,costumava escrever sonhos adormecidos, encantados e vividos...
confiscava teorias,corrigia argumentos,escrevia sentientos,anotava alegrias...
e já perto das estrelas chorava escondida,sorria destemida e desejava tê-las...
espero o acordar das decisões e o embalo inspirado do tempo que desilude em cada momento de solidão...
espero saber amar a liberdadeda diferença e a postura incómoda de quem por palavras, revela a verdade...
espero alguém que responda o impossível sobre a temível realidade que costuma a interrogação absurda de quem espera...
uma réstia d alguém...
aqui estou eu... porquê?... não sei...
procuro o quê? talvez apenas um escape a tudo o que me rodeia...
tento desenbaraçar-me de um passado que insiste em desenhar as minhas pegadas no meu presente e projectar os meus caminhos futuros...
no fundo,sou apenas a restia de alguem que um dia soube sorrir, talvez chorar,sem medos sem vergonhas e sem esperar respostas...
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