Saturday, February 17, 2007


Durante muito tempo edifiquei uma historia na ruina de um castelo destruido...

E tentei sorrir, mostrar que conseguia aguentar essas paredes erguidas...

Agora rodeada de palavras de pessoas que querem á força louca serem santas...

palavras que soam a musica para os meus ouvidos

Já que se tornou imperceptivel,a voz de meus olhos cansados e aflitos...

De tanto chorar sobre estas ruinas, perdi a noção do válido e correcto...

Tinha de parar. Fugir. Pensar. Partir.Fazer algo por mim,algo concreto...

Hoje voltei ao ponto onde me despenhei....

Feito anjo que morria lentamente de raiva nos olhos...

Olhei a minha volta...

Observei cada metro quadrado de chão onde deixei morrer sonhos ,

Onde deixei que me roubassem a alma...

Pensei ... Relembrei ... tanto que chorei ... o quanto me custou a minha libertação deste mundo cruel...

Não! não vou vacilar! Não vou voltar a tentar reconstruir este castelo em ruinas...

Tenho de me lembrar de mim...

Do bem que me soube sorrir novamente...

Do bem que me fez cair e sofrer...

Fez-me mais forte, mais lucida, mais eu,mais gente...

Viro costas a este espaço...

Afasto-me devagar...

olho por cima do ombro enquanto vejo este meu castelo cair por terra...

Com cada uma de suas ultimas pedras gritando por mim,para não abandonar...

Não! Não posso! ....

E no pó do caminho,apenas as minhas pegadas que se afastam....

E lágrimas que marcam o traço que os tempos apagam...

Sunday, February 11, 2007


Chove...

Olho a janela,perco-me nas gotas que correm na vidraça...deixo-me quieta por um tempo...

Penso... Choro... Sozinha... Sem medo que vejam minhas fraquezas em forma de lágrimas a libertarem ódios e angustias consumidas... de carácter indigesto para a alma...

Sintonia com o mundo em frequência incerta...

Nostalgia surge em meu mundo, caminhando e pisando paragens desertas...

Mão que treme , voz que some....

o tempo navega incerto,minutos de lágrimas correntes que me consomem....

Lavei a cara e o pensamento de atrocidades recentes e passadas...

É chegado o momento de projectar novos caminhos de estradas iluminadas...

está a ser díficil... mas nunca impossivel...

Wednesday, February 07, 2007


Esta noite que se avizinha estranha e louca

em que não te vi

num dia que correu demasiado depressa

demasiado imperfeito

demasiada controversia

demasiado sem jeito...

Esta noite que me envolve em seus bracos negros de solidão....

que me envolve em castigo de ausencia sentida,

em mar de pranto que sabe a pesticida....

envenenou-me esta escuridão,

venceu-me e jogou-me por terra , sem nada a aparar,sem uma mão...

Penso...

Choro...

Tremo...

Não queria sentir assim...

Silêncio...

Ninguém a minha volta...

Toco com mãos em lembranças insignificantes no dia,

mas marcantes nesta noite vazia...

traço os meus deleitos no pó do chão...

pinto sonhos antigos nestas paredes de um quarto frio...

tento enganar este coração,engana-lo com pouco...

tirano louco...

esqueceu que sofreu...

contra minha vontade, chora ausencias que não queria sentir...

paciência...

Não é nada... apenas amizade... quero acreditar...impôr sobriedade...

conseguirei mentir?..........................................................................

Inspiro forte e sofregamente este ar pesado...

deito a cabeça tento dormir...

corpo prosta-se cansado...

alma grita, ansiando partir...

Tuesday, February 06, 2007

Corre!


Vem, vem até mim e enterra de uma vez só esse punhal que trazes na mão já há tempo demais...

Não o faças nas minhas costas... vem e enterra-o no meu peito...

Depois não fujas a correr ... vê cada gota do meu sangue desenhar no chão a palavra ódio....

Vê-me cair ao chão largando gargalhadas de gozo,

agarrar-me ao peito , curar essa ferida que querias tanto e tão deseperadamente causar...

Feliz?...

Vou-me levantar, logo a seguir,

não me agrada cair...

mas se tive de cair para seres feliz,

para sentires paz,

tudo bem tou no chão...

mas o chão não me satisfaz....

agora corre... foge... para longe....

Vou pôr-me de pé....

corre... esconde-te... deixa-te ir na maré...

regressei do "hospital dos feridos de guerra"

a palavra de ordem é vingança...

corre... depressa... vai corre.........

em tempo de guerra quem não mata morre....

tu não matas-te ... magoas-te ... muito...

mas não matas-te...

por isso vai . Corre!...

estou de volta ,

na boca desilusão e sangue

nas mãos coragem e revolta...

na cabeça a sede de vingança...

planeio o ataque...

será duro...

não trarei punhais...

trarei a melhor arma de todas...

o meu ódio mais puro...

Vá , agora vai! corre!...

Friday, February 02, 2007


Tranco-me nas paredes tentando esquecer

fazendo de conta que nada aconteceu...

Sei que posso ser culpada em ter confiado,

que jogue a primeira pedra quem nunca sofreu..

Não me olhem!

Tou a tentar esconder!

Não me olhem! Não me olhem...

Sou filha... Sou um "cristo" crucificado a chorar...

e o mundo a fingir ser bondade...JUDAS!

Sou mãe!Sou espirito! Alguém com o circulo a fechar...

e o mundo a fingir ser verdade... JUDAS!

Há palavras que foram para mim como pedradas que nunca esperei..

Os espinhos rasgam-me a pele,um de cada vez...

Não adianta, não vou devolver nem vou chorar,

Tudo o que posso fazer é lamentar, e tentar me salvar...

Não posso parar para respirar...

Tenho que me pôr no meu lugar...

Respiro fundo...

Sou maior que tudo o que me rodeia,

no fundo sou apenas gota de mar que se perde na areia...

E sorrio...

porque o mar sem aquela gota era imcompleto...

tenho frio,

mas lutarei para nao morrer na noite gelada deste deserto!...